quinta-feira, 12 de julho de 2007

EXORTAÇÃO A VERDADE.

Tua vergonha, é uma vergonha.
Envergonha-me, você, com sua vergonha.
Vergonha nem sempre é preconceito...
...a vergonha que ostentas, entretanto,
vergonhosamente o é.

É vergonhoso ser hipócrita,
fariseu da inércia Ordem Eclesiástica.
É vergonhoso, ademais,
seguir complacente na direção transloucada dos ventos...
Minha vergonha,
confesso, é a vergonha que vejo em teu olhar
inquieto e assustado.
Acaso pode outrem levar de ti a dignidade?
Minha vergonha é a vergonha que tens, não por tê-la,
mas por não sabê-la.

Constrangi-me a vergonha que escondes.
Pensei, outrora, admirar-te mais no porvir.
Delego a ti, tua vergonha...

Percebo-te, vergonhosamente, ruborizar-se ante
o Belo e o Divino...

Titubeias frente ao Amor, desfaleces perante quem Ama.
As regras que em ti, te permites sobrepor...
...envergonham-me.

Teus páreas, SUAS RÉDEAS, vosso entrave...
A ti, a vós, nada se abre.
Vives fechado num amplo e diversificado mundo de mesmices repetidas e multiformes...
Envergonha-te, o que fazes de ti; e sei sabê-lo!

Meu Amor!
Estás a seguir.
Ao passo que caminhas, te perdes de ti.
São os passos da vergonha que o fazem fugir.
Na fuga, um vergonhoso covarde ou um covarde envergonhado?

És igual.
Honrosamente igual a tantos...
Tal qual ladrilho feito com esmero de artesão.
Que vergonha há que se evidenciar além de tua paridade?!!
Tua falta de dicotomia, hoje tão perceptível, amplifica tua existência banalizada...

Já não encantas, não tens vergonha de ter vergonha?
Desavergonhado, fui acordado com teus pudores, moralismos, formalidades, tabus e,
de sobressalto, deparei-me com a indiferença e o descaso ante o todo já vivenciado e
a ti compartilhado.

Não sou como tu
Nunca o fôra.
Talvez outrora, quando também refreado pelas convenções, estivéramos próximos.
Nossa diferença é a minha falta de vergonha.
A vergonha que tens não faz diferença...
...é comum!
Não mudará e nem modificará nada.
O Mundo será sempre o mesmo, graças à vergonha da qual partilhas.

Não tenha vergonha
Ame aos seus
Como forem e como quiser.

Poderás sempre Amar mais do que o que se tem convencionado amar...
És maior que tua vergonha, teu pudor o tem diminuído.

Daí...
Entre tantos
Não falarás a língua dos grandes...
Há barulho demais para pouca idéia.
Não compreenderias como, sem qualquer vergonha, lutei por ti.
São anos de busca, de indagações mil, de sonhos, de espera.
Entristece-me a vergonha que não pude exteriorizar...

Tiveste acaso vergonha de ouvir meu grito de Amor?
Presumo que o que tens, e já o ofereces, não é o que buscara.
Sinto vergonha também, por nosso desencontro.
Lamento teus passos
afastam-nos em nossos caminhos...
Acaso há ser civilizado que logre o despropósito
de Amar a quem lhe tem olho torto?

O Espiar no Tempo nos qualifica o Olhar e a Visão...

Marcilon Oliveira.
Aos intimidados de cá...

2 comentários:

Nercy Luiza Barbosa disse...

Ah, o meu olhar torto por tantas vezes me engana! Eu, sem-vergonha, varro tudo novamente com minha íris negra circulada por um verde mutante. Pois minha vergonha não é cega, ela insiste, resiste em busca do foco.

Beijos azuis... meus

Marcilon Oliveira disse...

De joelhos...
LOVO-TE!

Beijo! ^^