sábado, 17 de outubro de 2009

EXORTAÇÃO À DESORDEM...

Meu Ofício...

Há uma voz que não cala, uma crença que não finda,
uma prática que não envelhece e um ENGENHO DE SONHOS...

Há uma prática milenar, no giz que não pára nestas mãos destemidas.

Há, em nós, bem mais que a palavra proferida.
Há um silêncio doído nas bocas proféticas dessas pessoas benditas.

Há o calor das respostas, o temor das perguntas, o vulto da ignorância,
mas impera, primoroso, um sonho com Justiça.

Há, entre nós, a TOLERÂNCIA, o RESPEITO e a PARTICIPAÇÃO.
INCLUSÃO É O NOSSO LEMA.

Trazemos boas novas!
Desmantelamos conchavos e inquietamos Poderes...

Polimos almas!

Orquestramos vaias e protagonizamos aplausos...

Somos nós, OS DA BASE, que reinventamos o tempo e concretizamos sonhos.

Há conosco, fervilhando, uma ameaça...
Assustamos a Velha Ordem com o ENGENHO DE SONHOS.

- Salários melhores?
- Não só. (...)

Nosso Engenho é bem mais fecundo...
Engenhamos coisas outras, mundos outros, e a desordem nos interessa...


Marcilon Oliveira.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

UMA VERGONHA...

Professor...

Escolhi essa profissão por entendê-la em sua nobreza...
Li que estatísticas mostram que as pessoas que
hoje são professores, engrossaram, quando alunos, a
lista de alunos faltosos, irresponsáveis e com certo grau
de dificuldade...


Não julgo que isso seja verdade, nem de longe fui um
aluno medíocre ou mesmo trabalhoso.

Hoje, efetivado por mérito próprio em duas esferas de
governo, falo da dor que é ser desvalorizado por gestores
descompromissados com o futuro, alheios ao comprometimento
necessário a qualquer governo realmente sério em implementar
políticas auteras que resgatem essa Educação publicamente
entendida como capenga...

Lamento entristecido e, sobretudo, envergonhado que
profissionais da importância dos Educadores sejam empurrados
para uma situaçãode GREVE que, a priore, deveria ser um senso
comum de que todo governo devesse REALMENTE reestruturar
a Educação pública neste país dado o abandono secular em que
estivemos e ESTAMOS.
(inclusive como todos muito inteligentemente destacam nos programas eleitorais)

O Governo de Pernambuco tem logrado méritos políticos às nossas
custas, tem se apresentado para a sociedade com a falácia de que
tudo corre às mil maravilhas. NA VERDADE, temos escolas
- e não são poucas - aonde não se tem um único vigia, uma merendeira...
ou seja, escolas que funcionam em pleno abandono.

Companheiros, NOTBOOCKs em meio a salas de aula desestruturadas,
sem um auxiliar de disciplina circulando pelo espaço escolar, sem
pessoas cuidando da limpeza da escola, É ENGODO PURO!!!

Cuidemos das pessoas, GOVERNO DEMAGOGO!
Ou impeça, de alguma forma, que pessoas, profissionais decentes
sejam profissionalmente desiludidos sob as vossas ferozes garras...

COLEGAS!
LAMENTO QUE SEJAMOS TÃO COMPLACENTES...



Marcilon Oliveira

quinta-feira, 2 de julho de 2009

EXORTAÇÃO AOS ENAMORADOS

Chove.

Sob um telhado barulhento, dorme-acorda um homem amante.
Ali, no recanto quente de uma cama fria, ele fecha os mesmos
olhos que viveram atentos e alertas ao engodo de um outro...

Sobre si tem, além das roupas de cama, o enfado da mesmice
que assolara aos Homens do seu tempo e dos quais se fizera rodear.

Ainda ali, com os lábios risonhos de sempre, ele chora...

Escondido muito mais de si do que dos outros - é de um outro que
ele foge, de um outro nele - esse homem pensa...

Esse homem-metade grita num pranto que verte a água

morna de um ontem...
Ele, porém, está gélido tal qual seu coração minguante.

A maldade chegara à sua porta.
Educadamente batera palmas e entrara pelas vias da boa vontade.
Entronara-se ali - no seu coração zeloso - um outro de ganância
e falácia equânimes, banindo dali a crença.

O homem que vejo treme, isolado num recanto... desencantado.

Esse homem não cita palavras graciosas, não anuncia as bem
aventuranças que outrora proferia, ele está mudo, mudo de si,
esse homem só vê ao passo em que descrê, descrê das muitas
possibilidades viáveis, esse homem vislumbra mudanças...

Não é tristeza o que esse homem sente, é ciência de uma
vivência enganada, e esse silêncio não é vazio; é a constatação
das muitas vagas palavras profanadas por outrem em um tempo outro.

Aquele tremor, o tremor destacado é o medo do passado,
pavor de um passado presente em aprendizados.

O passado o ameaça. Como sabê-lo?

Seus pés estão frios, não pela friagem de uma noite como essa,
mas frios pelo ímpeto de querer fugir de tudo que não viveu;
de fugir de tudo que, verdadeiramente, não viveu...

Esse cantinho da cama, o mais quente existente, é o lugar onde
esse homem está a agradecer e a louvar pelo achado de Hoje.

Esse homem está se preparando para dar passos grandiosos,
esse silêncio é em reverência à sorte que os deuses lhe mandaram.

Um homem que, de tão feliz, aquieta-se.

Escolhe, num mundão fabuloso em que vive, um cantinho seu,
silencioso, e ali ele ri e faz reluzir em si, olhinhos que se
apequenam num murmúrio decente de criança feliz.

Esse homem desencantado está eufórico por poder
rever a bondade dele arrancada. Esse homem está
apavorado pelo medo do acerto concreto...

Sua quietude é divina, e cá está meu protagonista
a espreita da hora de ser feliz, preparando...
Instrumentalizando sua alma para a felicidade nos fatos.

Movimentos, passado, barulho, falas exacerbadas, exageros
do consumo soberbo... Essas coisas ele vai largar para trás;
esse homem está renascendo, renascendo com outro,
num outro.

Venta.

Ele se recolhe mais, encolhe os joelhos até o pescoço,
esse homem não quer espaço; não quer atenção; tampouco cuidados,
ele quer um silêncio reparador, algo que lhe purifique
os ouvidos, o coração, esse homem quer santificar-se
para amar, para AMAR-SE.

O vento vindo gela ao passo em que aquece uma alma desolada
pelos desencontros, e o meu protagonista sorri feliz.

O mundo que o cerca é secundário ao mundo centrado no
homem que vejo.
O homem que vejo está feliz, isoladamente feliz pelo reencontro
consigo e com a essência das coisas saudáveis, esse homem está
pleno em si.

Seu quarto está escuro e ali, só, esse homem está orquestrando
sua meta de ganhar o mundo com o que ora nasce dentro dele...

Vivas ao AMOR que surge!!!


Marcilon Oliveira.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

EXORTAÇÃO ÀS VERDADES MENTIDAS...


Impacientou-me crer naquele que não mente quando fala mentiras.
Inquietou-se este homem num sentimento que o domina quando liberta.
Olhou-me amargo, de trás e indagativo, solícito e desacreditado.

Esse descrédito dói proporcionalmente no descrente.

Maus dias estes...
Dias cujas horas passam contadas em descontrolada ansiedade.
Por que não se tem o que se quer em suas, mesmo poucas, possibilidades?

O escarro ouvido em mim não é escarro, é medo. Medo do NÃO-MEDO.

A mentira contada na verdade sugerida, indaga:

- Até onde vão as verdades em mim?
- Onde findam tuas mentiras?
- Há encontro nisso?

Essa verdade sufocada implica mentira desesperada,
e nisso não quero crer, melhor, não quero precisar crer.

Mas como não acreditar contigo, se em ti reside a certeza
da incerteza exata para continuar uma verdade em mim?

Confuso?
- Não.

Humano e devoto da PALAVRA, quer em lábios mentirosos,
quer em lábios irreais.

Seu abraço nunca mentiu, tampouco o último.


Marcilon Oliveira