sábado, 8 de setembro de 2007

EXORTANDO 11/02/2001.

Um dia descansarei dos Tempos vindouros.

Perturbar-me-á os Tempos que se foram.

Um dia, sob o regime do tirano que em mim predomina serei atemporal.
Temporizar-se-á uma gota em meus olhos que há muito quisera.

A lágrima que me falta hoje, um dia, negligenciá-la-ei quando de mim não minar.
Incúrio, serei maldizente com o que se tem como destro em mim.
Astuto purgar do que se tem a espreita de minha sombra austera.
Doído mundo, esse que me repele o pensamento e avilta em mim um eu.

Não sou mais que estes, esses nunca seriam como quero.
Emaranhado assombroso de mundos com HOMENS grunhindo como se deles lhes faltasse algo.
Noite-dia, dia-noite à espera do Tempo de achegar-me aos braços que perdi...

Perambula um Homem desgarrado de seu afeto entre esses que muito espiam do muito que jamais compreenderão.

Pelas portas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, entrei numa manhã de um dia 11.
Os presentes ergueram-se com suas descrenças, muitos me foram abutres.
Curvei-me perante ânimos eclesiasticamente catartídeos, e acipitrideanamente me levaram o SER.
Incrédulos me fizeram crer que lhes dando crédito, creriam.

Maldigo os sinos de Pedras de Fogo que anunciaram meu majestático sentimento.
Por entre o cinéreo que encobria minhas ventas, e sob o jugo das cicutas plantadas em meu lar sobrevivi infeliz - mesmo que o mais feliz em sempre.

Meu Ser não cabe cá, sou de muitos
...de tantos tempos que no jugo do opróbrio de hoje agonizo feliz.

Desde lá muito me fora tirado, eis que cambaleante, está de pé este que muito curvado estivera.

Sou mesmo de muito precário tino...
Num destino instintivo desatino como que menino.
Sofre e Ama na proporção em que Vive e, morre na proporção em que se deixa aquietar em si.
Eis que ele, cujo eu reside em mim, NÃO ME FAZ DÍSPAR, posto que sou a profusão de quem se quer muitos para ser Pleno.

Esta terceira pessoa - nada inculta - que se quer livre, me faz crer que deveras, o mundo se abre para os descontentes.
Há mais que Paz nos olhos de um Homem sereno, há também medo.

No dia de lá, de cá me lembrarei a rir, e o desespero de não saber-me
acomodar-me-á.


Marcilon Oliveira.
À tudo que tenho pulsante...

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