quinta-feira, 12 de julho de 2007

É TEMPO...

É primavera fecunda em minha solidão...

É tempo em mim.
Insalubre quimera do purgar
Por ti, pra mim.
Redemoínho assombroso este que me pôs à deriva.
Sentimento profano, insano e amavelmente inato.
Contido no Medo, sob efeito, contrafeito;
és meu sonho, medonho MEDO.
És a busca.

O olhar que me ofusca deveras assusta, insulta.
Presumo não haver palavras em ti, estas, presas aos receiosbuscam outros meios
E em seu olhar cambaleio, titubeio.

Busca infame esta que me consome.
Teu alvorecer resplandece em glórias...
Meu crepúsculo...

Minha insônia insolente é ver-te em auroras; cético, místico, contraditório...

Quisera tal qual Danton libertar a luz que existe em teu olhar.
Mostrar que é simples o que me tenta explicar.

O Pau d'arco do ARRUDA anuncia mais um florir em minha alma.
Quero sol e mar.
Somar.
Amar só o mar...
É rítmo, é intimo, é caliente nossa dança e vicário nosso pensar.

As matriarcas nos admoestaram a fuga ante o desconhecido.
E nisso, isto.

Deuses!
Teus hormônios contrapõem-se aos meus,julgas-me um Ateneu, eu, plebeu;
insólito patrício arisco.

Não obstante minha condição há sua ação, nossa inadequação,somos, contudo,
unilateralmente dúbios.E esse sentimento claramente dúctil posterga nosso,
ou o meu encontro, em ti.Vejo o brotar de teus dias - angustia - essa angústia,
quase augúrio para terdes um futuro augusto, justo...

Atribula-se em mim a rima, é sina - menina.
Te quero ver em dia esplendoroso resplandecendo graça, sutileza, sem amarras,farpas;
QUERO VER TEU VIR A SER.

Talvez seja demasiado expletivo.
Talvez nunca o cative.
Mas, a meu modo, já o tive e assim vive, revive esse amador desalmadamente amado.
Por certo, não se tem certeza - sem palavras - sem dúvida, há dúvidas.
Há contudo vidas, tolhidas.
Tolher de "nós" o sonho é prática perversa que aos pagãos de outrora outorgara glória.

Tem-se MEDO do futuro, no presente, a presença perturbadora incomoda, apavora;
coisas da hora, ora e ora.
É sua aurora.

Foi-se o tempo de esconde-esconde.
É a hora do bonde...
Vamos à ceifa, procuremos um rarefeito invólucro e, únicos...
...sejamos muitos, multipliquemo-nos na límpida imagem de Narcisoe no cerne de Gandhi.


Marcilon Oliveira.
A um Amor eterno...

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