quinta-feira, 12 de julho de 2007

EXORTAÇÃO AO MEDO.

Supondo serem os olhos teus, enganosos...

Surpreendo-me .
Encantas com esse jeito desencantado, quase vítima, quase ré.
És, por tudo, surpreendente...
Tua mágica é ser mágica.
Em ti, a lógica põe-me ávido.
És o que me espanta e tens o que acalanta.
Sois o que busco e de quem cuido.
És completa, uma parte porém, odiosamente Amo.
Não se pode entender se nada se tem como explicação.
Não se pode explicar se tudo se tem com uma ânsia por perdão.
Não quero fugir não a quero aqui, em mim.
Amanhã será cedo
Hoje, MEDO.
Os olhos da sentinela estão sobre nós, e neles, um varão honroso adora o odiável.
O que há contigo, se de mim, um vazio relutas ocultar?
O que há comigo, se a ti, - aflito - já não ouso fitar?
É assim que morrem os Homens, SILENCIADOS.
E é no silêncio que aprendem mutilarem-se.
Nada resta quando tudo aflige.
És uma pele, uma epiderme, cujo cerne me apetece, enlouquece.
Isso tudo a mim, em meu gênero, desmerece.
Tens olhos cujo olhar invoca, debate, provoca, esmurra e mudo, desnudo - sois o que sou:
ambiguamente solitário.
Já não se ama o amável e imensamente ama-se o minúsculo.
Jamais ostentaria pranto ou choro, a despeito de ti, ou de nós,busco música,
uma nunca antes decantada.
Quero em mim, a sinfonia jamais codificada mas que traduza nosso silêncio,
e que este infinitamente grite minha busca.
Quero o MEDO...
É cedo.
Meu ardor
Teu sabor
Partilharíamos n'alguma dor?
Talvez nunca a tenha, mas certamente me levarás em ti.
Nos encontramos no MEDO.
Nos desencontramos, outrossim, cedo.
É cedo.
Marcilon Oliveira.
A um Amor Eterno...

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